1.4.09

extras III

a marteladas a
cidade desmorona
à nossa volta
procuramos os
lugares que conhecemos
as memórias do que
fomos
estão alagadas
submersas

a cidade desaparece
e tentamos aprender a
desaparecer junto
nosso amor
um edifício que
implode ao contrário e vai
para o céu,
de repente transformado
numa nave espacial

não saímos ilesos
mas vivos
ao som do concreto
explodindo no
encontro com o
metal
a cidade morre e
nós assistimos do
buraco na parede
do maior prédio que
achamos,
de mãos dadas,
enquanto o chão
começa a ruir.

2 comentários:

kenialice disse...

cada vez mais difícil comentar. as palavras estão me fugindo ultimamente. ainda bem que estão por perto de vc! saudades...

Anônimo disse...

kêniaa tem razão beto, a única coisa que dá pra falar é o que vem à cabeça quando terminamos de ler... é lindo.

 

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