Paramaribo
com sua população de cerca de 250 mil habitantes
é a capital do Suriname
a cidade está localizada adjacente
ao Rio Suriname
5°52' Norte e 55°10' Oeste
distando aproximadamente 15 km do
Oceano Atlântico
Bauxita, cana-de-açúcar, arroz,
cacau, café, rum, e madeiras tropicais
são exportados de Paramaribo.
A cidade também manufatura
cimento, tinta, e cerveja
17.11.08
29.8.08
extras II
na estrada
o carro parecia
um pequeno inseto
de corpo fino
frágil
tão frágil
seguindo pelo corredor
que os caminhões
essas gigantes máquinas
de morte pensava ela
com a cabeça deitada
sobre o vidro
embaçado
criavam
o carro tremendo
como prestes a
desmontar na
tempestade de pesos
barulhos e cargas e buzinas
e asfaltos molhados
derrapantes
conversavam pouco
algumas frases sobre
Marianne
(a amante) até ela
começar a gritar:
pára, pára, pára
o carro! o que ele
assustado
fez
deixando o veículo morrer
lentamente
no acostamento
tenho que vomitar
não me siga
e saiu na chuva
seu corpo
definhando
ao atravessar a grossa parede
de água
se dissolvendo
esses contornos que
não mais
voltaram e
foram ressuscitar
longe dali.
na estrada
o carro parecia
um pequeno inseto
de corpo fino
frágil
tão frágil
seguindo pelo corredor
que os caminhões
essas gigantes máquinas
de morte pensava ela
com a cabeça deitada
sobre o vidro
embaçado
criavam
o carro tremendo
como prestes a
desmontar na
tempestade de pesos
barulhos e cargas e buzinas
e asfaltos molhados
derrapantes
conversavam pouco
algumas frases sobre
Marianne
(a amante) até ela
começar a gritar:
pára, pára, pára
o carro! o que ele
assustado
fez
deixando o veículo morrer
lentamente
no acostamento
tenho que vomitar
não me siga
e saiu na chuva
seu corpo
definhando
ao atravessar a grossa parede
de água
se dissolvendo
esses contornos que
não mais
voltaram e
foram ressuscitar
longe dali.
13.8.08
de novo, pela segunda vez, agosto corresponde à sua fama. o que me lembra um poema da Angélica Freitas:
agosto a oitava coelhinha da playboy
ou o templo dourado de kinkakuji
ou um gato e um pato num cesto
meu avô não gostava de agosto
dizia agosto mês de desgosto
quando passava dizia agora não morro mais
aqui agosto significa chorar no chão da cozinha e procurar um chão de cozinha novo para chorar quando for preciso. mas logo logo é setembro e primavera e tal.
*****
achei esse poema literalmente perdido no caderno. e, estranho, não lembro muito bem o que ele significa ou quando eu fiz.
mas tá aí:
as migalhas que deixamos
deveriam formar a trilha
para a paisagem perfeita
que não conseguimos
fotografar pelas páginas
ficam folhas ressecadas
pedaços soltos de sensações um
resquício qualquer que
te abre essa linha
de fuga do
horizonte a
menor distância entre
dois pontos
agosto a oitava coelhinha da playboy
ou o templo dourado de kinkakuji
ou um gato e um pato num cesto
meu avô não gostava de agosto
dizia agosto mês de desgosto
quando passava dizia agora não morro mais
aqui agosto significa chorar no chão da cozinha e procurar um chão de cozinha novo para chorar quando for preciso. mas logo logo é setembro e primavera e tal.
*****
achei esse poema literalmente perdido no caderno. e, estranho, não lembro muito bem o que ele significa ou quando eu fiz.
mas tá aí:
as migalhas que deixamos
deveriam formar a trilha
para a paisagem perfeita
que não conseguimos
fotografar pelas páginas
ficam folhas ressecadas
pedaços soltos de sensações um
resquício qualquer que
te abre essa linha
de fuga do
horizonte a
menor distância entre
dois pontos
24.7.08
triste é quando a teoria da produtividade substitutiva (via kênia)vira simplesmente proscratinação crônica, e você num faz o trabalho, nem lê outros livros, nem sai muito, nem posta no blogue.
é uma espécie de punição: se você não produz o que deveria, também não deve se divertir. uma coisa, assim, bem cristã.
por essas e outras nem comemorei o aniversário de cinco anos do blogue. não dessa versão, é claro, mas da encarnação anterior (que se junta a essa como se fossem a mesma entidade). cinco anos é um baita tempo! prum blogue, pelo menos, é. e estamos aí, em tempos de maiores ou menores inspirações, resistentes.
parabéns pro pulp!
e agora de volta ao focault...
é uma espécie de punição: se você não produz o que deveria, também não deve se divertir. uma coisa, assim, bem cristã.
por essas e outras nem comemorei o aniversário de cinco anos do blogue. não dessa versão, é claro, mas da encarnação anterior (que se junta a essa como se fossem a mesma entidade). cinco anos é um baita tempo! prum blogue, pelo menos, é. e estamos aí, em tempos de maiores ou menores inspirações, resistentes.
parabéns pro pulp!
e agora de volta ao focault...
28.6.08
Partes para usar depois
Escrevo um poema em que a maresia corrói o rosto das pessoas. Um sobre uma cidade grávida do verão. Outro, sobre uma cidade que desaparece e alguém que aprende a desaparecer junto – o amor um prédio que implode ao contrário e vai para os céus, de repente transformado numa nave espacial.
Escrevo um poema em que a maresia corrói o rosto das pessoas. Um sobre uma cidade grávida do verão. Outro, sobre uma cidade que desaparece e alguém que aprende a desaparecer junto – o amor um prédio que implode ao contrário e vai para os céus, de repente transformado numa nave espacial.
25.6.08
21.6.08
extras
quando estou
vagando pelas
ruas e sinto
o cheiro de
maresia ou
ouço a voz do
mar ecoando nas
dobras de uma
concha começo
a tremer meus
olhos se fecham
e posso até sentir
o vento sul
cortante do
meu próprio
espírito santo
particular
quando
o scotty que
eu tanto
queria beijar
se apaixona por
uma tal italiana
eu tremo fecho
os olhos e penso
no meu próprio
espírito santo
particular
que deixei
à tanto
naquela estrada
à beira-mar
só de pensar
no meu próprio
espírito santo
particular
meus nervos
reagem se
descontrolam a
rodovia do sol
que eu
experimentei e
que parece
o rosto desfigurado
que chamo
de lar e
que deve dar
em todo
todo o
mundo
quando estou
vagando pelas
ruas e sinto
o cheiro de
maresia ou
ouço a voz do
mar ecoando nas
dobras de uma
concha começo
a tremer meus
olhos se fecham
e posso até sentir
o vento sul
cortante do
meu próprio
espírito santo
particular
quando
o scotty que
eu tanto
queria beijar
se apaixona por
uma tal italiana
eu tremo fecho
os olhos e penso
no meu próprio
espírito santo
particular
que deixei
à tanto
naquela estrada
à beira-mar
só de pensar
no meu próprio
espírito santo
particular
meus nervos
reagem se
descontrolam a
rodovia do sol
que eu
experimentei e
que parece
o rosto desfigurado
que chamo
de lar e
que deve dar
em todo
todo o
mundo
19.6.08
"O problema de escrever: o escritor, como diz Proust, inventa na língua uma nova língua, uma língua de algum modo estrangeira. Ele traz à luz novas potências gramaticais ou sintáticas. Arrasta a língua para fora de seus sulcos costumeiros, leva-a a delirar. Mas o problema de escrever é também inseparável de um problema de ver e de ouvir: com efeito, quando se cria uma outra língua no interior da língua, a linguagem inteira tende para um limite 'assintático', 'agramatical', ou que se comunica com seu próprio fora.
O limite não se está fora da linguagem, ele é o seu fora: é feito de visões e audições não-linguageiras, mas que só a linguagem torna possíveis. Por isso há uma pintura e uma música próprias da escrita, como efeitos de cores e de sonoridades que se elevam em cima das palavras. É através das palavras, que se vê e ouve. Beckett falava em 'perfurar buracos' na linguagem para ver ou ouvir 'o que está escondido atrás'. De cada escritor é preciso dizer: é um vidente, um ouvidor, 'mal visto mal dito', é um colorista, um músico".
Deleuze, Crítica e Clínica.
O limite não se está fora da linguagem, ele é o seu fora: é feito de visões e audições não-linguageiras, mas que só a linguagem torna possíveis. Por isso há uma pintura e uma música próprias da escrita, como efeitos de cores e de sonoridades que se elevam em cima das palavras. É através das palavras, que se vê e ouve. Beckett falava em 'perfurar buracos' na linguagem para ver ou ouvir 'o que está escondido atrás'. De cada escritor é preciso dizer: é um vidente, um ouvidor, 'mal visto mal dito', é um colorista, um músico".
Deleuze, Crítica e Clínica.
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citação,
literatura
5.6.08
me irrita que de novo
perca tudo com a cabeça
enfiada dentro do
livro, o centro do Rio aos poucos
se afastando e o de Niterói
que se aproxima
do deque penso o tempo todo na
barca virando, caindo
lentamente em direção
ao mar – tão escuro
e espesso – e
na falta de coletes salva-vidas
por perto
também naquela história de Camões
naufrago, salvando as Lusíadas
e deixando seus companheiros à
morte em Macau
mas é tudo o mesmo
movimento sacolejante entre
duas cidades.
isso de mar e
morte, poesia e
paranóia. a distância que
nos separa dos dois
pontos. a importância
do que está no
meio.
perca tudo com a cabeça
enfiada dentro do
livro, o centro do Rio aos poucos
se afastando e o de Niterói
que se aproxima
do deque penso o tempo todo na
barca virando, caindo
lentamente em direção
ao mar – tão escuro
e espesso – e
na falta de coletes salva-vidas
por perto
também naquela história de Camões
naufrago, salvando as Lusíadas
e deixando seus companheiros à
morte em Macau
mas é tudo o mesmo
movimento sacolejante entre
duas cidades.
isso de mar e
morte, poesia e
paranóia. a distância que
nos separa dos dois
pontos. a importância
do que está no
meio.
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